colunista do impresso

Temos muito o que aprender ainda...

style="width: 100%;" data-filename="retriever">

Pensamos que somos diferentes, mas a vida nos esfrega nossas igualdades. Pensamos que somos melhores uns que os outros, mas em alguns momentos até podemos ser, mas nossa essência humana é a mesma, somos iguais, somos irmãos. Temos muito que aprender ainda...

Sim, frente ao que realmente temos de certeza, a morte, todos somos iguais, vamos chegar a ela, é a única certeza absoluta. É um fato. Ela, a morte, foi notícia sempre este ano que está por terminar. Este ano que vivemos a democracia da possibilidade da doença, a democracia da possibilidade da perda, a democracia do desconhecido e, de uma forma não menos democrática, a democracia do aprendizado.

Todos aprendemos algo, alguns com uma enorme construção de valores e posturas e outros com muita dor e sofrimento. Aprendemos a ser mais altruístas, outros mesmo dentro dos seus egoísmos certamente aprenderam. Foi um aprendizado inevitável, embora alguns não tenham se dado conta de tudo que ocorreu e ainda ocorrerá, e que 2020 foi o ano do aprender.

Aprender a lembrar de momentos e pessoas que muitas vezes nos passavam despercebidos, aprender a esquecer velhas rusgas e antigos desentendimentos, aprender a odiar o não poder sair, o não poder ir sem hora para voltar ou por que. Aprender a valorizar aquele fim de tarde com os amigos, a caminhada na praia, o abraço apertado, o beijo na boca descompromissado, a ida ao mercado em família, o mate compartilhado, as risadas na esquina, o combinado de ir junto mesmo com o ônibus lotado, as risadas nos botecos com os abraços apertados de amigos novos e antigos, os almoços de domingo com a família, as junções sem motivo, aprendemos a valorizar quem sem medo esteve lá cuidando, quem sem medo não parou e quem por medo também parou. Enfim, valorizar todos os que estiveram nos hospitais, nas UTIs, nas unidades básicas, nos pronto-atendimentos, prontos-socorros, nos laboratórios, nas ambulâncias, instituições de longa permanência, todos que estiveram trabalhando neste lugares e que convivem dia a dia o com que nos faz iguais e deveria nos fazer irmãos.

Em 2020, aprendemos a certeza que o caminho tem fim, mas enquanto estivermos caminhando todos devem manter-se juntos neste grande desafio de ajudarmos uns aos outros para continuarmos caminhando. Em 2021, torcemos para uma estrada mais fácil de ser percorrida, mas somente será assim se todos continuarmos juntos em busca do bem. Que a vida seja a grande notícia de 2021.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Conto de Natal Anterior

Conto de Natal

Parem de matar crianças Próximo

Parem de matar crianças

Colunistas do Impresso